sábado, 22 de fevereiro de 2014

Amor preferido

Foste o meu amor preferido.
Aquele que não lamento, que não choro e que não me faz bater o coração mais rápido
por te encontrar algures na rua e com outra vida.
Exististe no teu tempo e passaste.
Fizeste-me feliz. Sorríamos muito lembras-te?
Brincávamos e descobrimos no corpo um do outro os princípios de uma sexualidade
que fomos praticar noutros corpos que não os nossos.
Nunca nos questionamos no jogo do bem me quer ou mal me quer pois, já sabíamos a resposta inevitável
de tanto carinho que nos unia. Se fosse preciso, saltávamos uma pétala ou acrescentávamos a que faltava.
Não foste o meu amor perfeito. Chorei muito e sofri cada bocadinho de tristeza como se de um fim de mundo se tratasse.
O primeiro amor fora da adolescência ainda com muitas borbulhas por rebentar.
Plantamos esperanças, vimo-nos crescer e desfolhamo-nos a cada dia como se em todos começasse uma nova primavera.
Linda e só para nós. Fomos exclusivos um do outro, com o bem e o mal que isso traz.
Quando murchamos, nem levamos a mal. Sofremos de forma contida e até aí nos apoiamos.
Foste o meu amor preferido em tudo e por tudo.
Nem magoa me deixaste e por isso acabou...

(desconheço a autoria)

Clau Srt

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